Já falamos sobre o prazer e a necessidade que os autistas têm de ficar sozinhos em alguns momentos. Privá-los de situações onde há muitas pessoas (como festas de aniversário ou shoppings, por exemplo) são como dar-lhes um grande presente.
Em contrapartida, é necessário dosar esse
isolamento, eles precisam de vida social. E irão precisar da nossa ajuda para
conseguir isso.
Por medo, insegurança, por causa dos julgamentos,
ou por vários outros motivos, muitos autistas não saem de dentro de casa.
Quanto mais o tempo passa, quanto mais habituados eles estão a isso, mais
difícil se torna reverter essa condição. Por isso é tão importante nós pais
darmos a eles oportunidades de desenvolver as habilidades sociais enquanto
ainda estão novinhos. Aqui vão algumas ideias de como a família pode ajudar!
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Leve-o a pequenos passeios. Evite lugares
tumultuados e passeios demorados, mas saia de casa. Comece devagar, vá até o
portão de casa, dê uma volta na quadra, mostre o que tem à sua volta (insetos,
pássaros, aviões, ônibus, casas, pessoas, etc).
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Visite os familiares. Não precisa fazer isso no
domingo, quando toda a família se reúne. Mas ir à casa dos avós ou algum
priminho que more perto pode fazer muita diferença. Leve algum brinquedo que a
criança goste, para que não fique ociosa e goste do passeio.
·
Algumas pessoas deixam de conversar com a criança
ou até de cumprimentá-la, por ela não responder ou parecer estar alheia. Isso é
errado, a criança precisa ser solicitada, precisa perceber que existem pessoas
ao seu redor que irão interagir com ela. Explique isso às pessoas de seu
convívio.
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O mesmo pode acontecer em brincadeiras. Já ouvi
muito “Ele gosta de brincar sozinho“. Sim, ele gosta. Mas
precisamos oferecer-lhe oportunidades de brincar no grupo, ensinar-lhe como
brincar.
·
Procure crianças que tenham os mesmos interesses.
Conversando com outras mães, você pode descobrir amiguinhos que também sejam
apaixonados por carrinhos, cavalos, letrinhas…
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Use livros de histórias ou até imagens de revistas
para mostrar situações do dia a dia, conversas entre pessoas,
brincadeiras em grupo, etc.
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Treine expressões faciais (triste, feliz,
assustado…) com a criança. Faça caretas em frente ao espelho e peça que a
criança imite. Incentive-a a expressar seus sentimentos, ensinando-a como
fazer.
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Ensine brincadeiras em que ela tenha que
esperar sua vez. Bola ao cesto, jogo da memória, dominó, amarelinha…
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Treine diálogos utilizando bonecos ou fantoches,
para que a criança aprenda como reagir nas situações e crie repertório para
conversas.
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Saiba perceber quando seu filho começa a se
incomodar em alguma situação. Quando ele der os primeiros sinais, tire-o
imediatamente da situação, para que não gere traumas.
Se eu pudesse resumir em uma grande dica, seria
PROPORCIONE VIVÊNCIAS! Pequenos passeios que podem ir gradualmente aumentando
conforme a criança se sinta confortável. Convivência com pessoas que ela goste.
Brincadeiras em pequenos grupos. Novas amizades. Vivências que a farão
desenvolver suas habilidades sociais e, com certeza, ter um futuro mais
harmonioso.
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