quinta-feira, 26 de maio de 2016

Audição e Surdez nos Recém Nascidos e Bebês


Há vários anos, foi introduzido em nosso país o exame de Otoemissões Acústivas (conhecido como teste a orelhinha). Este exame deve ser realizado em todos os bebês e serve como uma triagem, separando-os em dois grupos, um dos que têm grande chance de ter audição normal e outro que devem ser melhor investigados.
Existem fatores de risco, que tornam alguns bebês mais suspeitos de ter uma perda auditiva. São eles:
Durante a gravidez:
  • A mãe teve rubéola
  • Uso de bebidas alcoólicas
Recém nascido (de 0 a 28 dias):
  • Peso abaixo de 1,4kg ao nascimento
  • Alterações faciais ou das orelhas
  • Icterícia com necessidade de transfusão sanguínea
  • Permanêcia em UTI neonatal por mais de 5 dias
  • Uso de antibióticos venosos
  • Meningite
  • Teste da orelhinha negativo
Familiares:
  • História de parentes com surdez desde a infância ou juventude
Bebês (29 dias a dois anos):
  • Uso de antibióticos injetáveis
  • Meningite
  • Doença neurológica
  • Traumatismo craniano
  • Otites médias muito freqüentes e de difícil controle
Além disto existem sinais que podem ser observados pelos pais e que podem indicar a presença de uma perda auditiva. São eles:
Bebês até 6 meses:
  • Não se assustar, mexer ou chorar com barulhos altos e inesperados
  • Não acordar com sons muito altos.
  • Não imitar os sons a partir dos 3-4 meses
  • Não ser acalmados apenas pela voz
  • Não virar a cabeça na direção dos sons
Entre 6 meses e 3 anos:
  • Não olharem na direção de uma voz em tom baixo
  • Não estarem atentos aos sons do ambiente
  • Não saberem de onde vem um som
  • Não imitarem sonos ou palavras simples de pessoas próximas
  • Não usarem a fala como as crianças da mesma idade
  • Aumentar a TV
  • Apresentar vocabulário pequeno para a idade

Como Tratar a Surdez

A possibilidade de tratamento e a escolha do método a ser aplicado a cada caso pode depender das causas, do tipo de perda auditiva (condutiva ou sensorioneural) e do grau desta perda.
Desta forma, a maioria dos casos de surdez condutiva, aqueles oriundos de problemas da orelha média (otites, otosclerose) ou externa, podem ser tratados, total o parcialmente por tratamentos médicos, remédios e algumas cirurgias.
O maior desafio se dá no tratamento dos pacientes com a surdez sensorioneural, causada por danos as estruturas dentro da cóclea ou no nervo auditivo. Esta é, na maioria das vezes, uma lesão de estruturas nervosas, como neurônios ou as chamadas células ciliadas.
Para estes casos a medicina não dispõe na atualidade de maneiras de recuperar a função dessas células, sendo portando o tratamento paliativo.
Nos casos de surdez sensorioneural de leve a moderada e até severos, a opção se dá muitas vezes por aparelhos auditivos, amplificadores, que têm tido grande avanço na atualidade com a introdução de novos avanços tecnológicos. Alguns dos aparelhos atuais podem mudar seus programas de funcionamento sozinhos conforme o padrão de barulho do ambiente. Além disto, possuem tecnologia sem fio para comunicação com aparelhos de som, celulares, computadores. Do ponto de vista externo, os aparelhos auditivos vêm se tornando cada vez menores e mais estéticos e já não trazem mais o estigma de antigamente.

Surdez Profunda e Implantes Cocleares

Sem dúvida, os pacientes que mais têm prejuízo com a surdez sensoriioneural são aqueles portadores da mesma no grau severo ou profundo. Para estes, mesmo os aparelhos auditivos podem muito pouco, uma vez que mesmo um som bastante amplificado não pode ser captado e transformado pela cóclea com um grau de lesão muito grande. Para estes casos existe o implante coclear.
implante coclear é também, conhecido como ouvido biônico, é um dispositivo eletrônico transformados de energia sonora em impulsos elétricos. Sua função substituir parcialmente uma cóclea que não pode mais funcionar, captando os sons ambientes por um microfone, transformando-os em impulsos elétricos que irão estimular diretamente o nervo auditivo, que os conduzirá até o cérebro.
Embora seja capaz de resultados extraordinários em crianças que nascem surdas e em adultos que perdem repentinamente a audição, o implante é realizado todos os casos de surdez severa ou profunda e somente uma avaliação rigorosa por uma equipe de médicos e fonoaudiólogos especializados pode estabelecer esta indicação.
FONTE: Luciano Moreira – Otorrinolaringologista

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