quinta-feira, 31 de março de 2016

ABA e TEA: um pouco de história de intervenção



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No mês de conscientização internacional sobre o Autismo com destaque para o dia 02 de abril, nada mais importante do que garantir informações de qualidade. A informação (correta, obviamente) é a base para um processo efetivo de conscientização. Por isso, decidi postar essa publicação, remontando um pouco da história de intervenção da ABA sobre os Transtornos do Espectro do Autismo. Minha intenção não é traçar uma linha histórica do desenvolvimento do diagnóstico de TEA, mas sim delimitar, em linhas gerais, a trajetória da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) como um tipo de intervenção eficiente e eficaz para esses transtornos.

As contribuições da ABA no estudo e na intervenção sobre TEA podem ser remontadas desde a década de 1950. Naquela época, as aplicações dos princípios da Análise do Comportamento já tinham destaque por conta de seus resultados altamente positivos de mudanças comportamentais. As organizações com foco no tratamento de diversos transtornos mentais e de desenvolvimento eram o principal ambiente de utilização dos procedimentos oriundos dessa área.

Na década de 1960, a ABA continuou sendo fortalecida com a abertura de centros de treinamento, publicações de livros sobre pesquisa aplicada em várias áreas e com diferentes populações. Além disso, esse fortalecimento ganhou ainda mais peso com o lançamento de uma das principais revistas científicas da área: Journal of Applied Behavior Analysis (1968). A revista continua até hoje sendo uma importante referência na divulgação de conhecimento científico sobre ABA e TEA, além de outras aplicações (A revista não é específica sobre ABA e TEA).

O desenvolvimento e fortalecimento da ABA como intervenção efetiva e eficaz sobre diversas demandas relacionadas a transtornos mentais e de desenvolvimento se manteve pelas décadas de 1970 e 1980. Um autor que merece destaque pelas suas contribuições sobre desenvolvimento atípico é O. Ivar Lovaas. Em 1981, ele publicou um manual de treinamento para pais que é uma das principais referências de literatura e intervenção até hoje. Atualmente, há um centro de pesquisa e intervenção totalmente baseado em suas contribuições : http://thelovaascenter.com/

De lá para cá, outros manuais já foram publicados e diversas frentes de pesquisa/intervenção desenvolvidas com base na Análise do Comportamento. Além disso, muitos institutos e organizações para o desenvolvimento de indivíduos com o diagnóstico de TEA foram criados, especialmente na América do Norte e Europa. No Brasil temos excelentes projetos e profissionais atuando no campo, embora não tenhamos ainda organizações ou institutos especializados fomentados pela iniciativa governamental como ocorre em outros países.

Também de lá para cá, diversas estratégias (além da tentativa discreta) e modelos foram desenvolvidos. Destaco brevemente o Modelo Denver de Intervenção Precoce, garantindo estratégias e procedimentos para intervenção com crianças a partir de 12 meses de idade, com evidências de eficácia publicadas em alguns artigos científicos. Falarei com mais detalhes sobre esse modelo em outras publicações.

Atualmente, a ABA é considerada como uma das principais formas de intervenção eficazes sobre TEA. Em alguns países como os EUA, por exemplo, o governo subsidia exclusivamente o tratamento de um indivíduo com TEA se esse tratamento for baseado na ABA.

A história de intervenção da ABA sobre TEA pode ser relativamente recente (considerando parâmetros históricos, claro), mas já é marcada por excelentes contribuições no desenvolvimento de pessoas com esse tipo de diagnóstico. Cabe a cada profissional analista do comportamento continuar fortalecendo esse caminho.


terça-feira, 29 de março de 2016

Livro sobre autismo para crianças e adultos

allmystripes

No livro infantil All My Stripes (Todas minhas listras, em tradução livre), a zebra Zane se sente diferente do resto de seus colegas. Ele teme que tudo o que eles percebam sobre ele seja sua “listra autista”. Com a ajuda de sua mãe, Zane trata de apreciar todas as suas listras – as qualidades únicas que fazem dele quem ele é!
O livro discute de maneira lúdica o autismo e inclui ainda um Guia de Leitura com informação de fundo adicional sobre o transtorno do espectro do autismo e uma parte dedicada aos pais e cuidadores com dicas para encontrar apoio no tratamento do autismo.

O prefácio do livro foi escrito por Alison Cantor, presidente da Autism Science Foundation, uma das organizações de referência no mundo sobre o transtorno.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS


Contemplando as Especificidades dos Alunos Surdos

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PROJETO TODA FORÇA AO 1º ANO
Orientações para o planejamento e avaliação do trabalho com o Ensino Fundamental – Ciclo I
       O livro é composto de informações gerais sobre a surdez e suas conseqüências na aquisição da leitura e da escrita, que auxiliarão o professor a constatar que, embora a surdez dificulte o acesso, destes alunos, à Língua Portuguesa na modalidade oral, ela não é impeditiva para que estes alunos se tornem leitores e escritores competentes. Em seguida à fundamentação teórica, o leitor encontrará uma adaptação dos objetivos estabelecidos para o Projeto Toda Força ao 1º ano, visando ao desenvolvimento da comunicação por meio da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, bem como da leitura e da escrita.
O livro traz, ainda, orientações e sugestões de atividades para que os objetivos sejam alcançados. Para ilustrar possibilidades de uso do material pelos alunos surdos, são apresentados exemplos de propostas de atividades de leitura e de escrita, elaboradas por professores das diferentes escolas de educação especial para surdos, da Secretaria Municipal de Educação, de São Paulo.

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Sao Carlos no dia mundial do autismo


Todo 2 de abril comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data decretada pela ONU (Organização das Nações Unidas), desde 2008, pedindo mais atenção ao transtorno do espectro autista (nome "oficial" do autismo), cuja incidência em crianças é mais comum e maior do que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos.


No Brasil estima-se que tenhamos 2 milhões de autistas, mais da metade ainda sem diagnóstico.

Para marcar a data, vários eventos acontecem em todo mundo, com a iluminação de prédios públicos em azul.

O azul foi definido como a cor símbolo do autismo, porque a síndrome é mais comum nos meninos — na proporção de quatro meninos para cada menina.

A ideia é iluminar pontos importantes do planeta na cor azul para chamar a atenção da sociedade, poder falar sobre autismo e levantar a discussão a respeito dessa complexa síndrome.

O objetivo principal do Dia Mundial sobre o Autismo é ajudar as famílias que ainda não tem diagnóstico preciso, pois quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances dessa criança se desenvolver. Ele também visa chamar à atenção do poder público para que sejam implantadas políticas de acompanhamento, ajuda e esclarecimento sobre o tema.


Em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril...Apresentação gratuita do espetáculo “Estação Gourmet” do grupo Estação do Circo.

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Em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a Prefeitura Municipal de São Carlos, por meio da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, realiza neste 1º de abril, a partir das 19h, no Teatro Municipal “Doutor Alderico Vieira Perdigão” apresentação gratuita do espetáculo “Estação Gourmet” do grupo Estação do Circo.
Alegria e diversão são elementos que irão contagiar a plateia ao envolver-se nessa história contada por três palhaços muito engraçados. Cada um, com suas características peculiares, compõem um roteiro muito divertido, com cenários e materiais que compõem o mundo gastronômico proposto, com mágicas diversas, acrobacias e malabares realizados com objetos surpreendentes, e uma linda história de amor surge no meio dessa atrapalhada confusão.
Esse evento tem por objetivo a inclusão das crianças azuis, como são carinhosamente chamadas as crianças com autismo, além disso, marca o movimento mundial de conscientização para o autismo. A peça foi escolhida por um grupo de mães, considerando suas características, porém, pode ser vivenciado por todos os públicos”, salientou a secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Tamy Aline Sato.
Apoiam o evento, que atende a lei Municipal n.º 16.069-2012, previsto no calendário oficial do município, o Fundo Social de Solidariedade “Amai-vos” e Espaço Azul. Os interessados em acompanhar a apresentação devem retirar os ingressos a partir da próxima quarta-feira (30), das 8h às 18h, na Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, localizada no 2º andar do Paço Municipal, na rua Episcopal, nº 1.575, no centro.
Grupo - Sob a direção e coordenação de Ricardo Fruque, ator e circense formado pela Escola Nacional de Circo – RJ, com 8 anos de experiência na Alemanha, nasce o grupo Estação do Circo no final de 2006. O grupo tem como proposta fundir as linguagens do teatro, ginástica olímpica, dança, utilizando sempre a magia lúdica, vigorosa e dinâmica do circo.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Garoto autista supera seus medos e faz discurso emocionante falando sobre o seu transtorno

O autismo, assim como muitos outros transtornos, pode não ser imediatamente notado quando se conhece alguma pessoa. Por isso, é muito importante aprender sobre o autismo, um "distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo".
Com tantos estereótipos a respeito disso e piadas de mal gosto envolvendo esse tipo de desordem, é importante ouvir alguém que realmente tem autismo para entender de fato, como é viver assim.
Connor Yates é um menino de 10 anos. Autista, rompeu barreira e superou seus medos ao dar um discurso emocionante em frente a todos os seus amigos de escola. Com certeza você ficará mais rico (em conhecimento) após ouvir o que ele tem a dizer:

O que é dislexia?


Nome complicado mesmo, mas bastante conhecido nas escolas.
Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem que complica a capacidade de ler e escrever. É um distúrbio neurológico, de transmissão genética. A criança diagnosticada com dislexia tem capacidade intelectual normal ou acima da média, mas não consegue adquirir as ou desempenhar de forma satisfatórias as habilidades de leitura e escrita.O DSM IV classifica dislexia como um comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento das palavras e compreensão da leitura.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, se tornando evidente por volta dos 6 ou 7 anos e pode persistir na vida adulta. Estudos feitos no Brasil, em 2004 encontraram prevalência da dislexia de 12,1% nas 4 escolas particulares avaliadas, sem ser encontrada uma prevalência maior em meninos ou meninas, porém, 100% dos meninos que recebem o gene desenvolverão a dificuldade, conquanto que 65 % das meninas que recebem o gene desenvolverão a dislexia.
A leitura no disléxico se apresenta de forma lentificada, com omissões, distorções e substituições de palavras. A compreensão do que foi lido também é afetada.
Os sintomas variarão de acordo com o grau do transtorno, mas geralmente apresentam as seguintes dificuldades:
1)de entendimento do texto escrito;
2)para ler, escrever e soletrar.
3) para de identificar fonemas, associá-los às letras e reconhecer rimas e aliterações;
4) para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia);
5) ortográficas: troca de letras (p/q, b/d, letras com sons semelhantes b/p, d/t, g/j), inversão (par/pra, alta/lata), omissão (cavalo/caalo) ou acréscimo de letras (bela/berla), repetição de sílabas ou palavras (bolo de chococolate) e sílabas (disgrafia);
6)fragmentação (querojo garbola/ quero jogar bola);
7) de organização temporal e espacial e coordenação motora.
O diagnóstico é feito por equipe multidisciplinar composta de neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos entre outros, inicialmente descartando-se problemas de visão e de audição.
O tratamento se dá pela reeducação da linguagem escrita, com acompanhamento feito principalmente por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo. Pais escola e criança são orientados durante o processo. Com o devido acompanhamento e de acordo com seu grau de dificuldade o disléxico pode chegar a universidade se quiser, porém, pode precisar de maior empenho ao estudar.

Atualmente muitos pais tem pressa que as crianças adquiram logo a capacidade de leitura e escrita, mas tudo tem seu tempo, maturação e suporte escolar necessário. Obviamente que ao aprender ler e escrever todas as crianças cometem erros que são plenamente esperados. Os pais e a escola devem acompanhar de perto este processo e em caso de dúvida procurar o auxílio de um especialista.
TEXTO FORNECIDO PELA NOSSA COLABORADORA VIVIAN CAMILA

Video: Dislexia (completo)


Dicas para professores de disléxicos

A melhor abordagem perante uma aluno disléxico é a  multissensorial, ou seja facilitar a aprendizagem utilizando todos os meios  disponíveis: visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico. Esta abordagem permite que o aluno use  os seus pontos fortes para colmatar os mais fracos. Assim, algumas dicas que poderão ajudar o professor no contexto de sala de aula:
·         Interessar-se genuinamente pelo aluno disléxico e pelas suas dificuldades e especificidades e deixar que ele perceba esse interesse, para se sinta confortável para pedir ajuda;
·         Na  sala de aula, posicionar o aluno disléxico perto do professsor, para receber ajuda facilmente;
·         Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas;
·         Dar o tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído;
·         Ensinar métodos e práticas de estudo;
·         Encorajar as práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois verificar, utilizando a memória;
·         Ensinar as regras ortográficas;
·         Utilizar mnemónicas;
·         Incentivar o uso do computador como ferramenta de  digitação de texto;
·         Incentivar o uso do corrector ortográfico de um processamento de texto;
·         Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e diferente: gráficos, diagramas, processamento de texto, vídeo, audio, etc;
·         Criar e enfatizar  rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização;
·         Elogiar ,de forma verdadeira, o que aluno disléxico fizer ou disser bem,  dando-lhe a oportunidade de “brilhar”;
·         Incentivar a participação em trabalhos práticos;
·         Nunca partir do pressuposto que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado;
·         Nunca fazer comparações com o resto da turma;
·         Não pedir ao aluno disléxico para ler em voz alta na sala de aula;
·         Não corrigir todos os seus erros (evitar o uso da cor vermelha, para não ser tão evidente os seus erros);
·         Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro.

Anotar à mão é melhor para memorizar do que usar o computador, aponta estudo
















Você costuma fazer suas anotações à mão, no bom e velho caderno, ou prefere usar o notebook ou tablet? Se você usa a segunda opção, é bom repensar a escolha. Um estudo publicado na revista “Psychological Science” indica que tomar notas no papel é melhor para a memorização de conceitos do que digitar.
Fazer anotações usando as próprias palavras é essencial para fixar o conteúdo

O levantamento foi feito com alunos de Princeton e UCLA, duas universidades americanas, pelos pesquisadores Daniel Oppenheimer e Pam Mueller. Dois grupos foram colocados para assistir a uma palestra (sobre assuntos que não fossem de conhecimento comum), sendo instruídos a fazer notas da maneira que achassem melhor. Ao primeiro grupo foram dados blocos de anotações, e ao segundo, notebooks.
Após a palestra, os estudantes fizeram um exame com perguntas pontuais sobre assuntos da palestra. O resultado foi significativo: as pessoas que anotaram à mão obtiveram um bom número de acertos nas questões, enquanto as que usaram os notebooks demonstraram uma compreensão consideravelmente menor dos temas abordados.
O estudo indica, também, que os alunos que digitaram suas anotações escreveram mais palavras, no exame, do que os que usaram a caneta, mas que as respostas tinham menos profundidade e conteúdo.
Os pesquisadores apontam que uma explicação possível seja a de que pessoas que anotam à mão costumam prestar mais atenção às informações para selecionar melhor o que será passado para o papel, enquanto as que usam o computador acabam por tentar anotar literalmente tudo o que está sendo dito, sem se ater aos principais tópicos. Os estudiosos indicam que processar o conteúdo e fazer a anotação usando as próprias palavras é essencial para fixar bem o assunto.


sábado, 19 de março de 2016

Quem faz o diagnóstico de TDAH ?

Há quem diga que o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/H) seja realizado por profissionais como o neurologista e psiquiatra. Outros acreditam que é o psicólogo quem pode diagnosticar o TDA/H. Na verdade, é a união desses e de outros profissionais da educação e saúde que, juntos, podem realizar o diagnóstico. É claro que os casos são estritamente particulares, e que um determinado profissional possa ser mais indicado para um caso ou outro. Mas, por se tratar de um diagnóstico tão complexo, é fundamental o olhar e analise de toda uma equipe multidisciplinar. O diagnóstico é um processo importante para que se possa estabelecer o tipo de tratamento que podemos oferecer ao sujeito, considerando seus aspectos individuais, históricos, sociais, familiares, etc. É nesse sentido, que o trabalho interdisciplinar ganha importância tanto para o diagnóstico e, se for o caso, para o tratamento. A intenção é ter uma precisão na avaliação (psicológica fundamentalmente, além de outras) e um trabalho direcionado aos aspectos emocionais, psíquicos, comportamentais e subjetivos do sujeito para que se possa chegar ao melhor resultado possível, visando sempre a sua qualidade de vida.

FONTE: Jornalista Anne Mascarenhas

sexta-feira, 18 de março de 2016

Fim da letra cursiva?

A letra cursiva...
O assunto sempre gera polêmica e cria-se uma celeuma em torno da discussão.
Quando eu disse que a letra cursiva não deveria ser introduzida na educação infantil, quase fui linchada. A resistência dos educadores foi enorme, alguns chegaram a dizer que a letra cursiva é imprescindível para trabalhar a coordenação motora das crianças. E ainda, que para se ter uma letra bonita precisam sim, treinar bem o traçado.
Será? Conheço pessoas que tem excelente controle motor e a letra deles é horrível! E será que coordenação motora é pra ser trabalhada utilizando-se o treino de letra cursiva? Penso que jogar bola, correr, rodar pneus, arcos, rolar na terra, subir em árvore é muito mais eficaz- e prazeroso!

O motivo de eu voltar ao assunto é que li uma reportagem que me chamou muito a atenção. Na semana passada, os finlandeses, que são líderes no PISA e cujo país tem a educação mais eficaz do  mundo, ficaram sabendo pelos jornais e noticiários que o Ministério da Educação pensa em terminar com o ensino da letra cursiva nas escolas, ensinando apenas a letra de forma. Uma notícia que já era de se esperar num país onde a tecnologia é altamente utilizada e todas as crianças antes de se alfabetizarem já sabem mexer em computadores, tablets e telefones.

Mesmo assim, nós com mais de trinta anos (eu um pouquinho mais que isso!), não deixamos de ficar surpresos pela notícia que mostra que o futuro tecnológico está muito mais perto do que imaginamos. Mesmo defendendo que a letra retrata a personalidade e que é inútil ficar fazendo treinos, quando fiquei sabendo que o fim do ensino da letra cursiva, está ameaçada de extinção por decreto, o choque foi inevitável.

Por enquanto, isto é uma sugestão de projeto e que se aceito entrará em vigor em meados de 2016.

As crianças aprenderiam a reconhecer as letras escritas de forma cursiva mas estariam desobrigadas da tarefa enfadonha de tentar reproduzir as suas curvas e especificidades. Seriam capazes de ler mas não obrigadas a reproduzir.

Para este grupo, a escola não pode se isolar em si mesma em técnicas ultrapassadas ignorando o que faz parte da vida dos alunos e como eles se expressam. Hoje em dia se digita muito mais do que se escreve. Inclusive pessoas adultas em suas rotinas de trabalho utilizam cada vez menos o lápis e o papel, uma vez que podemos anotar nossos compromissos até nas agendas dos nossos telefones.

Particularmente, não acho imprescindível o ensino da letra cursiva. Diariamente me deparo com alunos cujas letras cursivas são ilegíveis. Eu mesmo lhes sugiro escrever com letras de forma. O que importa, penso eu, é a legibilidade do texto. Principalmente em processos avaliativos como ENEM e concursos.

O problema que pode surgir da prática do não ensino da letra cursiva, no meu entender, não está relacionado à aprendizagem de certas habilidades motoras específicas, que se desenvolvem com a prática do traçado desse tipo de letra, mas sim está relacionado com o fato de que, muitas vezes, quem se habitua a escrever apenas com letras de forma, acaba não sendo estimulado também a aprender a distinguir e respeitar as convenções da escrita.

Uma dessas convenções é particularmente importante: a distinção entre letras maiúsculas e minúsculas, que é significativa na maioria das línguas, inclusive na língua portuguesa. Já vi muitos alunos que escrevem apenas com letras maiúsculas ou que misturam letras maiúsculas com minúsculas, sem ter em conta as convenções de uso adequado de umas e de outras.
E esse fato, sim, afeta a legibilidade e até mesmo a compreensão dos textos, especialmente os gêneros mais complexos.

Por enquanto o projeto está em discussão, vamos ver no que vai dar. Mas uma coisa é certa: Mudanças ainda virão e a pergunta é: Nós professores, estamos prontos para estas mudanças?
E para finalizar, Compartilho com vocês um caso verídico contado por uma amiga, pra gente refletir:

A mãe chega em casa exausta e diz ao filho que não vai atender ninguém, porque está muito cansada e teve um dia muito difícil. O telefone toca e o filho de 5 anos atende. É alguém querendo falar com a mãe e ele logo diz que ela não pode atender porque teve um dia difícil e está muito cansada. A pessoa pergunta:
- Mas o que aconteceu com ela?
E o menino responde:
- Não sei não, mas acho que ela está aprendendo letra cursiva!

Priscila Boy é Consultora Educacional

Vejam os benefícios das pessoas que têm TDAH


Muitas vezes vemos o TDAH apenas como um problema que afeta de forma negativa a vida das pessoas que apresentam este transtorno, da fase infantil até a fase adulta. Porém, algumas das pessoas com as melhores mentes da história compartilham as características típicas deste transtorno. Seriam estas pessoas casos isolados ou existe realmente vantagem em ser hiperativo?

Muitas pessoas que têm TDAH são rotuladas, pois existe uma crença generalizada de que elas sofrem de uma doença terrível (quando diagnosticadas), cientificamente comprova-se que o cérebro das pessoas com TDAH tem algumas alterações que dificultam um melhor desempenho destas pessoas em áreas específicas, mas que podem ser mais estimuladas em outras áreas o que acarreta desta forma algumas vantagens. Confiram:

Empatia

 TDAH
Geralmente por serem bastante ativos as crianças e adolescentes tendem a sobrecarregar os seus amigos, o que não significa que estes não possam se socializar com os demais. Neste caso é muito importante que a criança ou adolescente com TDAH participe de um programa de habilidades sociais concebido por um especialista em TDAH, seja ele, psicólogo ou psicopedagogo e este pode aprender a tirar proveito da empatia que naturalmente possui para melhorar as relações sociais.

Inteligência

TDAH

Afirmamos, sem qualquer dúvida, que a sagacidade e o TDAH andam juntos. Na verdade, há uma lista interminável de pintores, designers, escultores, cineastas, escritores, músicos e comediantes que são hiperativos. Isso porque, para ser criativo muitas vezes se é inquieto para mostrar algo “diferente” do que outras pessoas costumam mostrar, o TDAH geralmente é considerado aquela pessoa que sempre vai “contra o sistema” e pensa de forma divergente por natureza. De modo que quando a criança vai para a escola envolve uma preocupação para os pais e professores, e este jeito de “ser” desta criança pode acabar sendo vantajosamente aplicado à resolução de problemas na vida adulta.

Entusiasmo


Observa-se que quando uma pessoa com TDAH enfrenta uma tarefa ela sempre faz com paixão absoluta e compromisso. Portanto, pessoas hiperativas serão sempre líderes, pois, são capazes de concentrar energia e talento suficiente para comandar uma equipe. O único entrave é manter esta energia, pois geralmente, caso o trabalho lhe seja “tedioso” não duram tempo suficiente para terminar o que começam. No entanto, se comandar uma equipe de habilidades e estilos diferentes de trabalho, o hiperativo pode se tornar um líder eficiente e proativo neste grupo.

Senso de humor

TDAH

Geralmente toda pessoa que tem TDAH gosta de sorrir, são divertidas  e muitas delas têm a capacidade de fazer os outros rirem também. Para fazer um teste pergunte qualquer professor primário ou secundário quem é “meio engraçado”, na  turma e na maioria das vezes o professor vai apontar para o aluno hiperativo. Mais uma vez, esta característica pode ser explorada pela pessoa TDAH, como o famoso ator Robin Williams fez.

Espírito de luta

TDAH
Desde muito cedo as crianças hiperativas pensam que parece ter tudo contra elas. Muitos professores geralmente as rotulam são rudes ou não os compreendem os pais não conseguem entender e satisfazer as suas “ideias” de forma positiva e muitas vezes estas crianças experimentam muitas decepções por seus pares ou companheiros. No entanto, estas crianças com TDAH facilmente se sobrepõem e não cessam em seus esforços para tentar se “encaixar”. Este espírito de luta faz com que se tornem adultos que não serão intimidados pelas barreiras e desafios da vida agindo de forma proativa.

Criatividade

 TDAH
Como já afirmamos as pessoas com TDAH têm habilidades especiais para explicar enigmas e resolver problemas. Podemos comprovar, pois, alguns inventores, como Thomas Edison, tiveram TDAH. Isso tem muito a ver com a maneira criativa para lidar com qualquer dilema, e está relacionado com a velocidade com que uma pessoa hiperativa tem ideias, aliado a este fator a paixão, quase obsessiva, as pessoas hiperativas tem para enfrentar qualquer desafio da vida e superar.

Excesso de energia


Enquanto que para a grande maioria das pessoas a rotina semanal é desgastante, a pessoa com TDAH tende a levar a melhor e se adequa melhor quanto ao estilo profissional deste século. Na verdade, a pior coisa que se pode pedir a um hiperativo é ficar parado.
Como explicado neste artigo, ser hiperativo tem características muito particulares que podem ser vistas como uma vantagem ou uma desvantagem tanto para a pessoa com TDAH como para as outras pessoas com quem interage. No entanto, o conhecimento e treinamento para controlar esses recursos para a psicologia profissional pode colocar a criança, adolescente ou adulto em uma posição vantajosa para lidar com a vida cotidiana pessoal e académica ou profissional.

Estratégias e exercícios para alunos com Déficit de Atenção


A pessoa que tem dificuldade de aprendizagem é afetada em toda sua totalidade, ela sofre pela desvalorização e críticas que provém dos demais, pela subestimação que sente por não conseguir cumprir com aquilo que espera de si mesma, e com que os outros esperam principalmente no ambiente familiar. O fracasso na aprendizagem toca tanto o ser íntimo, como o social, justamente pelo lugar que tem o sucesso social em nosso mundo.
Podemos dizer que o baixo rendimento escolar converteu-se em sinônimo de fracasso na vida. O sujeito é construído perseguindo as ideias que lhe são propostas ao longo de sua existência. Deste modo é o produto dessas identificações sucessivas que formam a trama do ser eu.
Ocorre que nas sociedades ocidentais o sucesso, o dinheiro, a posse de bens e o poder que se desprende de tudo isso, representam o ponto mais alto dos valores que cada um sonha em possuir.
Desta forma, triunfar na escola constitui uma perspectiva de conseguir mais adiante uma boa situação e, em consequência, ter a possibilidade de acessar o consumo de bens. O baixo rendimento escolar pressupõe a renuncia a tudo isso. Os problemas específicos de aprendizagem se expressam de diferentes formas e afetam distintas competências, é muito difícil observar as dificuldades de maneira isolada. É imprescindível ressaltar que na realidade as dificuldades podem surgir em mais de uma das áreas estudadas ou um sintoma pode devido a mais de uma causa. Neste caso, a análise de cada situação individual permitirá um trabalho mais efetivo.

Para iniciar o nosso módulo abordaremos algumas estratégias que podem ser desenvolvidas com as crianças no que se refere a déficits de atenção.

Estratégias em sala de aula

– Sentar a criança numa área silenciosa.
– Sentar a criança perto de alguém que seja um bom modelo a seguir.
– Sentá-la próximo de algum colega que possa apoiá-la em sua aprendizagem.
– Orientar a atenção da criança para a tarefa que será iniciada. É importante ajudá-la a descobrir e selecionar a informação mais importante, organizá-la e sistematizá-la.
– As rotinas de trabalho devem ser claras. Devem ser evitadas, na medida do possível variações imprevistas.
– Não é conveniente fazer atividades com limites de tempo. Isto pode favorecer condutas impulsivas.
– Permitir um tempo extra para completar seus trabalhos.
– Encurtar períodos de trabalho de modo a coincidirem com seus períodos de atenção.
– Dividir os trabalhos que lhes sejam dados em partes menores de modo que elas possam completá-lo.
– Dar assistência à criança para que ela se coloque metas a curto prazo.
– Entregar os trabalhos um de cada vez.
– Exigir delas menos respostas corretas que do restante da turma.
– Reduzir a quantidade de deveres de casa.
– Dar instruções tanto orais como escritas.
– Tentar envolver a criança na apresentação dos temas.
– Estabelecer sinais secretos entre a criança e o professor para poder fazê-lo notar quando está começando a se distrair.
– É importante que estas crianças estejam em ambientes de trabalho motivantes, com tarefas que sejam significativas para elas. Deve-se atrair o seu interesse e apresentar a ela tarefas que sejam desafiantes. Existia a crença que seria conveniente que estivessem em ambientes de trabalhos com poucos estímulos porque tudo lhes chama atenção; no entanto, agora se sabe que é importante proporcionar-lhes uma estimulação adequada, num ambiente que seja estimulante para estas crianças que tem déficit de atenção.