sábado, 23 de abril de 2016

Guia para trabalhar com as mordidas das crianças

Bate-papo sobre organização das salas das turmas de alfabetização

Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita e doutora em Educação, responde a dúvidas sobre a organização das salas de aula das turmas de alfabetização.
O tema da conversa gerou debate no texto "Como dizer ao professor que algo precisa mudar na sala de aula", escrito por Leninha Ruiz, no blog Coordenadoras em Ação.
Indicações de leitura:
Aprender a Ler e a Escrever - Uma Proposta Construtivista, de Ana Teberosky e Teresa Colomer (192 págs., Ed. Artmed, tel. 08000-7033444, 68 reais)
Quem Educa Quem, de Fanny Abramovich (144 págs., Ed. Summus, tel. 11/3872-3322, edição esgotada)
Reflexões sobre Alfabetização, de Emilia Ferreiro (104 págs., Ed. Cortez, tel. 11/3864-0111, 26 reais)
Confira também:
Modelo de alfabeto para imprimir (clique aqui para ver)
Especial Nome Próprio (clique aqui para ver)

Como dizer ao professor que algo precisa mudar na sala de aula

Alfabeto na parede na sala da turma de 4 e 5 anos na EM Jandira Caetano Ribeiro, em São José do Rio Preto (Foto: Eick Mem)
Neste ano, estou fazendo formações mensais com um grupo de professores. Desde o início, os encontros acontecem numa mesma escola, que é a única com uma sala de reuniões. Por essa razão, eu tinha conhecido apenas as salas de aula dessa instituição sede.
Há pouco tempo, fui conhecer as outras três escolas que fazem parte do grupo. Logo na primeira, um dos professores me chamou para mostrar a sua sala. Todo orgulhoso, ele me disse que o local estava bem bonito e todo enfeitado, pois sua esposa tinha ajudado na decoração. Fiquei sem saber como agir diante da empolgação dele em me apresentar os materiais, os cartazes e os enfeites. Em todos os murais havia ilustrações de personagens de desenhos infantis, florezinhas, sol e nuvens sorridentes sem qualquer conexão com o que estava exposto. Acima da lousa, existia um alfabeto ilustrado com desenhos estereotipados e com diferentes tipos de letras (bastão e cursiva, maiúscula e minúscula). As letras iniciais das palavras das listas estavam em vermelho e o restante em preto.
Eu quase perdi a fala diante daquilo… Nos encontros de formação, já havíamos discutido e analisado vídeos e fotos de bons modelos de organização do espaço e atividades para fazer com as crianças, conversado sobre quais materiais são bacanas para estar expostos e ao alcance dos pequenos e refletido sobre a importância das listas (de nomes, histórias ou brincadeiras preferidas) para que os alunos tivessem escritas de referência. Enfim, havíamos lido e discutido bastante sobre o ambiente alfabetizador. Seria possível que tudo tinha sido em vão?
Esse professor era comprometido, mas tinha muitos vícios “escolarizados” – utilizo essa palavra para situações, encaminhamentos e atividades que só acontecem na escola e não fazem parte de nossa prática social. Por outro lado, me recordo bem das participações dele e de alguns comentários que efetuou dizendo que fazia muito sentido propor atividades de leitura e de escrita sempre privilegiando as práticas sociais.  A cada encontro de formação ele parecia estar compreendendo melhor que as atividades tinham que ser contextualizadas, ou seja, ter um propósito real.
E agora?
Claro que não falei nada durante a visita, mas desde então estou pensando em como vou abordar os aspectos inadequados na sala desse professor.  Nosso próximo encontro será só em outubro, por isso, tenho tempo para planejar uma forma bem bacana.
Até o momento, estou pensando em levar o grupo de professores para visitar algumas salas de aula com o objetivo de observar o ambiente alfabetizador (precisarei visitar todas antes para encontrar bons modelos) e, depois, fazer uma reflexão coletiva sobre os diferentes tipos de materiais, cartazes e listagens das salas com ênfase na função social real de cada um.

FONTE: Leninha - Gestão Escolar

sexta-feira, 22 de abril de 2016

AUTISMO E ALFABETIZAÇÃO: UM DESAFIO POSSÍVEL E DEMOCRÁTICO

Por que alfabetizar nossas crianças é tão importante? Afinal, o que é alfabetização? Segundo Emília Ferrero, a psicolinguísta argentina mais respeitada nesses últimos trinta anos no Brasil, onde a história da alfabetização pode ser dividida entre antes e depois dela, alfabetizar é então proporcionar à criança meios para que de forma ativa, ela possa interagir com o código escrito e se apropriar dele, entendendo principalmente a sua função social. Esse pensamento, apesar não ser um método, permeia grande parte dos métodos e processos de alfabetização em nossas escolas.
Mas como fica então o processo de alfabetização para as crianças atípicas, já que o processo de alfabetizar pressupõe uma participação ativa da criança e da compreensão social da escrita (saber e descobrir para que ela serve)? É importante lembrar que esse desafio é democrático, ou seja, ele se coloca para todas as crianças, em todas as culturas e camadas sociais. Ser alfabetizado é ou deve ser um processo que faz parte do desenvolvimento humano. Partindo desse pressuposto, o acesso ao mundo das letras é um direito de toda criança segundo a Constituição Federal e inúmeras leis, em especial, a Lei nº 11.274/2006.
Os processos de alfabetização são, em vários momentos, chamados de métodos de forma equivocada. Os processos de alfabetização são os meios, as técnicas pelas quais ensinamos as crianças a compreenderem a lógica da formação das palavras. Esses processos podem ser: o fônico (ensinar as letras enfatizando seu som) ou o iconográfico (ensinar relacionando a letra a uma figura dentre outros).
O caminho de conhecer as letras e sua função social fica mais intrigante quando usamos processos de alfabetização que foram pensados e adotados pela escola e que quando os aplicamos em uma sala de aula, eles simplesmente não funcionam como esperávamos. Essa situação, como alfabetizadora, nesses trinta e um anos, eu vivi inúmeras vezes.  
O que fazer então?A saída sempre foi:

1º) Identificar como essa criança aprende, ou seja, qual é o seu estilo de aprendizagem.
2º) Quais são os conteúdos prévios que meu aluno já sabe?
3º) Quais métodos e processos de alfabetização podemos usar para que a criança aprenda a decodificar o código linguístico.
4º) Nos perguntar: o que preciso mudar em minha didática, no meu jeito que ensinar, para que meu aluno aprenda com significado?
5º) Quais processos de alfabetização posso associar para que meu aluno aprenda?
Todos esses caminhos para a assimilação dos conteúdos na alfabetização são comuns entre crianças típicas e atípicas. No caso específico da minha prática como psicopedagoga de crianças autistas, tenho experimentado nesses onze anos que os caminhos seguidos acima citados são os mesmos. No entanto, a diferença está na bagagem teórica e prática do profissional, num repertório vasto de técnicas para a alfabetização, no envolvimento da família como suporte e partícipe desse processo e no respeito às condições específicas de cada criança. Esse respeito está, acima de tudo, relacionado ao potencial de cada uma, bem como às estratégias diferenciadas para que a aprendizagem aconteça.
Quando afirmei que esse caminho é intrigante, não foi um eufemismo. Esse caminho tem me desafiado a cada sessão a mudar, fazer diferente, incrementar, observar e ouvir o não dito e criar novos caminhos. Nesse caminho, eu e as famílias temos festejado cada conquista como um atleta que ganha uma medalha de ouro em uma Olimpíada, pois o sentimento é exatamente esse.
Nossas crianças atípicas são capazes de aprender, basta descobrirmos o caminho ou os caminhos.
Dedico estas palavras a todas as crianças típicas e atípicas que me proporcionaram a imensa alegria e prazer de embarcar nesta viagem que, em vários momentos, quem indica o caminho são elas mesmas.
FONTE: Denize Ribeiro Porta Cardoso é Pedagoga e Psicopedagoga clínica e institucional

quinta-feira, 21 de abril de 2016

12 razões pelas quais as mães de autistas são SUPERMÃES

  • Somos as melhores terapeutas para nossos filhos. Ninguém conhece suas habilidades e dificuldades melhor do que nós.
  • Nossa força interior é tão grande, que às vezes nem nós acreditamos!
  • Não enxergamos limitações. Acreditamos que o amor quebra qualquer barreira.
  • Pequenas vitórias são nossas maiores alegrias.
  • Conhecemos várias formas de comunicação, sem utilizar palavras.
  • Abraçamos as diferenças. Admiramos as diferenças. Ensinamos sobre diferenças.
  • Conseguimos ensinar a mesma coisa de mil maneiras diferentes. Até descobrir uma ideal aos nossos filhos.
  • Não fazemos comparações, respeitamos o tempo e as limitações dos nossos filhos.
  • Buscamos informações, lemos, estamos sempre nos atualizando.
  • Compartilhamos o que sabemos, dividimos nossas experiências. Nossa união nos fortalece.
  • Estamos constantemente cansadas. Mas isso não nos impede de ir à luta diariamente!
  • Acreditamos no impossível!
supermães

Modele aquilo que quer, em vez de ensinar aquilo que não quer


Dica rápida: modele aquilo que quer, em vez de ensinar aquilo que não quer. Por exemplo: esta manhã, a minha filha de 3 anos de idade, Evie, queria abraçar a cadela da família e esta afastou-se rapidamente. À medida que ela se afastava, Evie atingia-a. Eu sei que a abordagem para isto seria “Não atinjas a cadela, isso não está correto” ou “Vai e pede desculpa à cadela!”, “Ela não fez nada para te magoar”, etc. Em vez disso, eu dirigir calmamente para a cadela, em frente da Evie, e disse “Eu adoro-te Riley e vou ser doce para ti e tratar-te gentilmente”. Imediatamente, Evie aproxima-se, acaricia-a gentilmente e, na voz mais doce, diz “Eu amo-te Riley”. Eu não mencionei nada acerca a atingir, não tentei ensinar-lhe as razões para não o fazer, o que é, ou não, correto, etc… Eu acredito que ela vai aprender a tomar as suas decisões acerca daquilo que ela quer fazer e porquê a seu próprio tempo, modelando simplesmente o que fazer em vez do que não fazer é uma técnica simples e efetiva. Isto aplica-se a tudo o que queres trabalhar com a tua criança – por exemplo “Aqui, desenha neste papel” em vez de”Hey, pára de desenhar nas paredes”, “Queres escalar? Tens aqui este slide” versus “Desce já daí”. “Eu gosto de abraços doces” em vez de um “Pára que me estás a magoar”.

FONTE:Becky Damgaard, Professora do The Son-Rise Program ®
Autism Treatment Center of America | http://www.autismtreatmentcenter.org/

domingo, 17 de abril de 2016

Um exemplo real de observação de sala de aula


Um dos recursos mais valiosos que o coordenador pedagógico pode utilizar no processo de formação continuada é a observação de sala de aula. Assistir à interação entre professor e alunos no momento em que ela acontece é uma excelente maneira de coletar dados reais e, a partir deles, ter subsídios para discutir com o docente as possibilidades de intervenção. Para o coordenador, é também ocasião para verificar se a formação oferecida tem impactado efetivamente no dia-a-dia da escola e corrigir falhas.
O problema é que nem sempre o professor se sente confortável com a presença do coordenador dentro da sala. Em muitos casos, o profissional se sente “fiscalizado pelo chefe”, o que pode criar situações de insegurança que atrapalham o andamento da aula e contaminam a avaliação, cujos objetivos devem ser estritamente formativos e pedagógicos.
Esse desconforto é fruto, principalmente, da ausência de clareza sobre o que será observado e das reais motivações da observação. Por isso, o coordenador precisa adotar uma posição de colaborador, e não de fiscal, junto ao docente.
Gostaria de compartilhar com você uma observação que realizei na escola em que atuo, como parte de uma formação sobre cálculo mental. A ideia era pensar em como o professor pode propor exercícios matemáticos e como deve agir quando as crianças apresentam dúvidas.
A professora Edna das Graças Miranda, do 5º ano, foi a escolhida. Juntas, Edna e eu desenvolvemos duas atividades sobre frações, em que os alunos deveriam lidar com divisões e multiplicações.
Antes da observação, organizei uma pauta com três tópicos para orientar meu olhar sobre a ação da professora:
  • Qual foi a atividade proposta aos alunos?
  • Como a professora colocou o problema para os alunos? Quais comentários feitos por ela considero positivos e quais podem ser melhorados?
  • Como a professora atuou em relação às dúvidas da turma? Relatar uma atitude da docente que considerei positiva a esse respeito e registrar os motivos da escolha.
Você baixar essa pauta aqui e utilizá-la nas suas próprias observações.
Para ganhar a confiança da professora, mostrei a ela a minha pauta de observação, procurando tranquilizá-la. Outra ação importante foi repassar as etapas da atividade, antecipando os objetivos de cada uma delas, a consigna, as intervenções possíveis, a socialização com as crianças, o tempo gasto para cada exercício, o material a ser utilizado, a atuação da professora e o meu papel durante a aula.
No dia da observação, escolhi um local discreto, no fundo da sala, de forma que a minha presença interferisse o menos possível no ambiente. Ao acompanhar o desenrolar das atividades, só fiz registros dentro do que foi estritamente combinado. Para agilizar as anotações e não perder nenhum detalhe, costumo anotar tudo em tópicos.
Só após a observação fiz meu registro reflexivo: retomei as anotações e selecionei as questões mais relevantes para discutir com a professora. Além de chamar a atenção para o que precisa ser melhorado, é muito importante ressaltar o que houve de positivo, inclusive como forma de reconhecimento e motivação. Para ver e baixar o registro que elaborei, clique aqui.
Por fim, marquei um encontro com a professora Edna para a devolutiva. Comecei ouvindo as impressões da própria docente sobre a aula. E, para guiar essa conversa, elaborei perguntas que ajudaram a esmiuçar detalhes da aula observada e verificar o que precisaria ser feito para dar continuidade à sequência proposta.
Não foi este o caso, mas em algumas oportunidades, além da conversa, gosto de fazer uma sugestão de leitura que traga embasamento teórico relacionado à prática observada. Isso ajuda a aprofundar o assunto e enfatiza o caráter formativo do processo.

FONTE: Eduarda

Quando o TDAH compromete o desempenho escolar

Enquanto a criança com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) convive apenas entre família e amigos, os sintomas não são tão nítidos. As características ganham destaque quando ela começa a frequentar a escola. Nesta fase, têm início as cobranças, trabalhos, lições de casa, provas… Além disso, os pais começam a ouvir queixas da escola quanto ao filho que não pára quieto, que não presta atenção às aulas, que fala o tempo todo, que não consegue se adequar à otina. 
O rendimento escolar dessas crianças passa por uma fase de grande instabilidade: hora são brilhantes, hora não conseguem assimilar um conteúdo. Observa-se uma queda muito grande de rendimento principalmente em conteúdos que exigem leitura, concentração, interpretação. Em contrapartida, a criança pode conseguir resolver rapidamente um problema de matemática de cabeça ou usando um método criativo, e não segue a regra ensinada em sala de aula. Muitas vezes não consegue nem explicar como chegou ao resultado. E acaba sendo julgada como rebelde por não seguir o padrão ensinado pelo professor.
TDAH
Como pais e professores podem ajudar?
·         * O primeiro passo é informar-se sobre o assunto. Existe muito material disponível, física e virtualmente, ou também palestras e rodas de conversa para troca de informações sobre o assunto. A informação é muito importante para compreender o problema e aprender a identificar o que é “rebeldia” e que definitivamente não é culpa dela.
·        * Em sala de aula, a criança deve ficar o mais longe possível de estímulos do ambiente, longe da porta, da janela e de outros alunos que falem bastante, o mais próximo do professor.
·         * Disponibilizar formas alternativas de estudo, principalmente através de material virtual. Uma dica interessante é fazer leitura em tablets, onde a criança consegue grifar partes importantes do texto apenas utilizando os dedos.
·        * Dar metas de estudos ou de atividades menores em casa. Por exemplo: cronometrar 2 minutos para que ela memorize um parágrafo ou resolva um exercício. E dissolver o restante do que deve ser estudado/resolvido em pequenas metas.
·       *  Ajudar a criança a criar o hábito de anotar coisas que precisam ser lembradas, usando agenda, bilhetinhos, um mural em seu quarto, etc.
·       *  Elogiar mais e criticar menos. Essas crianças estão acostumadas a ouvir críticas o tempo todo: “não“, “pare“, “fique quieto“. O ideal é sempre destacar aquilo que ela faz de maneira adequada.
·       *  Estimule a prática de um esporte, que fará com que a criança aprenda a controlar sua impulsividade, fique mais atenta a regras e instruções, além de fazê-la utilizar melhor forma essa energia que tem de sobra!
·       *  Uma última alternativa é fazer uma adequação curricular, dividindo o conteúdo em um número maior de avaliações, reduzindo os conteúdos cobrados, oferecendo atividades práticas relacionadas ao conteúdo, etc.


Não existe fórmula mágica para os alunos com TDAH. Seu desempenho irá melhorar quando houver empenho, dedicação e persistência dos pais e professores!

Evite a indisciplina


1 – Falar somente quando todos estiverem em silêncio. 
2 – Utilize uma linguagem aberta e objetiva, assim o aluno percebe claramente o que você está dizendo.
3 – Em nenhum momento grite. Esta atitude demonstra total falta de respeito e desmoraliza o professor.
4 – Mantenha segurança nas falas e serenidade nas atitudes. Agindo assim os alunos passam a confiar no seu trabalho.
5 – Tenha cuidado nas expressões corporais, gestos e expressões do rosto. Isso gera influências positivas ou negativas.
6 – Não aceite que o aluno trate você como uma pessoa qualquer. Evite abraços, tapinhas nas costas, gracinhas, piadinhas e etc.
7 – Nunca utilize a ironia ou o sarcasmo.
8 – Seja acolhedor. Mantenha o equilíbrio, alegria não deve ser confundida com bagunça.
9 – Realize a correção das atividades, isto demonstra o interesse do aluno em realizar as tarefas.
10 – Elogie sempre que possível.
11 – Cobre a perfeição dos alunos, somente assim eles alcançarão metas estabelecidas.
12 – Evite ameaças, pois o não cumprimento desprestigia o professor.
13 – Nunca transpareça problemas pessoais na sala de aula. O aluno não deve participar e nem tomar conhecimento dos problemas pessoais do professor.
14 – Dê o menor número possível de ordens. Mande estritamente o necessário e com respeito.


Por Marcos Noé
Graduado em Matemática

LEI 11.738/2008

4 dicas para lidar com alunos "difíceis"

Todo início do ano letivo, os professores se deparam com uma nova turma, que terá uma característica própria à medida que os estudantes forem se conhecendo melhor. Por mais que o docente se apegue à sala, é normal que ele tenha problemas com algum dos alunos, simplesmente pelo fato de serem crianças com um comportamento mais difícil do que as outras.
Confira como lidar com essas crianças:
1 – Escute
Muitos atos de rebeldia podem ser justificados pelo fato da criança nunca ser ouvida e, por isso, adota uma postura agressiva. Por mais difícil que seja no começo, deixe claro para ela que você irá ajudá-la no que precisar e também irá ouvi-la. Quanto maior for a confiança, as chances de vocês terem uma boa convivência aumentam consideravelmente.

2 – Interprete a linguagem corporal

Quando o estudante estiver muito nervoso ou triste com determinada situação, você poderá perceber pela forma como ele se comporta. Muitas vezes o aluno pode agir para chamar sua atenção e, nesse momento, mostrar que se importa com o que ele está sentindo é essencial.

3 – Crie incentivos

Os alunos difíceis muitas vezes tornam-se mais flexíveis quando você cria atividades que gere algum tipo de estímulo, como prêmios ou formas de fazer com que ele se destaque. Pense sempre em tarefas lúdicas, porque assim perceberá que até os estudantes mais complicados conseguem se envolver nas aulas.

4 – Preocupe-se com o tom de voz

Independentemente de quão nervoso você esteja por causa de um estudante, nunca levante o tom de voz para ele. Isso pode deixá-lo ainda mais irritado e prejudicar o seu trabalho. Assim, busque manter a calma e encontrar saídas para o problema relatado pelo aluno.
Fonte: Universia Brasil

“O tal do ABA”



ABA significa Applied Behavior Analysis, em português Análise do Comportamento Aplicada, é uma linha de tratamento da psicologia que trabalha com observação, análise e associação entre o comportamento humano, o ambiente e as diferentes formas de aprendizado. Busca identificar relações funcionais entre o ambiente e o comportamento, para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Cada criança autista é única apesar de terem características semelhantes, cada uma participa de um espectro diferente e reage ao meio ambiente de forma diferente, por isso o primeiro passo da terapia ABA é a observação das habilidades de cada um e de suas limitações (comportamentos inadequados).
Depois é traçado um plano de ação personalizado e aplica-se a intervenção de acordo com os resultados dessa análise inicial, periodicamente é feita uma reavaliação para traçar um outro plano de ação compatível com os avanços alcançados.
A terapia em ABA é comprovadamente eficaz no tratamento de crianças com transtorno do espectro autista, tanto que nos EUA é reconhecido como modelo científico e o tratamento é financiado pelo governo ou financiado pelo seguro saúde em clínicas especializadas.
Existem outras formas de intervenção e tratamento, inclusive nossa terapeuta ocupacional trabalha basicamente com integração sensorial.
Infelizmente, no Brasil  ainda não temos financiamento de um tratamento específico para crianças com transtorno do espectro autista pelo governo, a maioria das crianças autistas que não tem plano de saúde é acompanhado e estimulado em APAE.
Uma advogada que trabalha especificamente com ações relacionadas à planos de saúde e suas obrigações conta que os  plano de saúde deve, por lei, arcar com tratamentos que necessitam de profissionais especializados mas que ainda não os possui em seu corpo médico credenciado.


sábado, 9 de abril de 2016

Recomendações sobre o brincar nas crianças com Autismo

Brincar é uma atividade tão rica que é instrumento, recurso terapêutico. Por meio do brincar pode-se desenvolver habilidades distintas que serão essenciais à criança na vida particular e social.
Segundo Miguel Antonio Higuera Cancino, no livro “Mi hijo no habla”, o primeiro passo para quem vai brincar com a criança com Autismo é ter em mente que esse é um momento conjunto, permitindo o jogo colaborativo, simbólico e social. Nada de brincar isolado um do outro, deve-se pensar em brincadeiras e ações durante o brincar que envolvam ambos participantes.
O brincar precisar ser regular, bem como assim deve ser a atitude de quem está brincando. A graduação dessa atividade, ou seja, a evolução da brincadeira em termos de exigências, precisa ser de acordo com os limites da criança naquele momento. Geralmente, as conquistas são progressivas, por isso, os adultos precisam tanto quanto as crianças estarem preparados para enfrentar a frustração com as dificuldades na gestão comportamental.  Terapeutas, professores e, acima de tudo, todos do ambiente familiar precisam estar conscientes de como brincar da melhor forma, sempre lembrando de agir em conjunto com a criança e apoiando não só a terapia, mas também os limites e as regras que os pais propõem, pois ele que vivem diariamente com seus filhos/filhas e suas dificuldades.
As recomendações quanto ao brincar, foram divididas por Miguel Antonio em dois grupos:
– Crianças com poucas habilidades verbais e/ou comunicativas:
1. Escolher um material simples, que pode ser facilmente manipulado pela criança.
2. Ter brinquedos que permitam alternar formas de brincar e as exigências (quebra-cabeças, bonecos).
3. Usar animais de brinquedo, bonecos e objetos do cotidiano para construir situações cotidianas dentro do jogo (lavar, comer, dormir, etc,).
4. Tentar manter a atividade com um único tipo de material ou situação durante pelo menos 5 minutos.
5. Usar uma linguagem simples, frases curtas, e os nomes dos objetos de forma que a criança entenda claramente e possa até mesmo repetir alguns gestos ou palavras.
6. Às vezes, brincar em espaços menores com alguns objetos para que criança esteja menos susceptível a distrações e atenda as ações e as pessoas mais facilmente.
7. Incorporar novos jogos ou materiais progressivamente, devagar, para diversificar os interesses da criança.
8. Premiar com abraços e elogios.
9. Diante de birras ou agressão, parar de jogar. Esclarecer que maus comportamentos (gostemos ou não) têm consequências negativas. Oferecer voltar ao jogo quando a criança se acalmar.
– Crianças com habilidades verbais:


1. Escolher jogos ou materiais que permitam mudanças na forma de jogar, nos papéis e que possam incorporar a linguagem.
2. Errar para a criança corrigir seu parceiro de jogo.
3. Dizer que não entendeu para a criança explicar.
4. Negociar regras de conduta e regras do jogo.
5. Fornecer o papel de liderança à criança para verificar se ela faz as normas serem cumpridas.
6. Variar a freqüência de vitórias e derrotas. Quando o adulto perde, mostra a criança diversas formas de reagir à frustração, e então favorecer que a criança incorpore essas reações na conduta.
7. Diferentes indivíduos ou pares podem ser incorporados em jogos. É importante lembrar que a emoção surge a partir da interação e das formas de se relacionar com os outros. Por esta razão, sempre que nos encontramos diante de uma criança com linguagem e comunicação, devemos fazer o maior esforço para ajudar essas crianças a observarem, identificarem e expressarem todos os tipos de emoções, para que elas possam construir um pleno desenvolvimento social e emocional possível.

VÍDEO MOSTRA COMO É ESTAR NA PELE DE UMA PESSOA COM AUTISMO

O clichê sobre o autismo remete a imagens de crianças agressivas com outras pessoas e com elas mesmas, batendo a cabeça na parede, tampando os ouvidos ou imersas no próprio mundo, alheias a qualquer estímulo externo. Para quem vê de fora, pode ser difícil compreender por que essas pessoas se comportam assim. Mas algumas entidades e grupos de pais e familiares têm tentado banir – ou amenizar – o estigma do diagnóstico.
Uma delas é a National Autistic Society, do Reino Unido, que lançou recentemente um vídeo para que as pessoas entendam mais sobre o que é estar na pele de um autista. A chamada síndrome do espectro autista pode ir das manifestações mais moderadas até as mais severas, mas muitas incluem hipersensibilidade auditiva e visual, o que significa que qualquer som inofensivo lá fora pode representar uma grande perturbação.
O vídeo mostra como o som de uma torneira pingando, por exemplo, ou de cores se encontrando em uma padronagem podem ser desconcertantes para uma pessoa com autismo. A iniciativa faz parte do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado no último dia 2 de abril.

Odara Gallo é mãe de Franco, de 3 anos, diagnosticado com autismo

- Autista? Imagina! Ele não fica no “mundo dele”, é sorridente, interage com a gente!

Essa normalmente é a reação das pessoas diante do diagnóstico do Franco. Com cuidado e compreensão, tentamos explicar que existem vários níveis de autismo e que ele tem muitas das características. A negação rapidamente se transforma em um sentimento de “pode acontecer com qualquer um então!”.
- Como vocês suspeitaram?E vem a pergunta:
Os sinais. Eles apareciam e se confundiam com “coisa de criança”, com “daqui a pouco passa”, com “isso é normal”, com “é o jeitinho dele”, com “isso é inteligência demais”. Todos os traços, leves ou severos, se uniram para se transformar em diagnóstico anos mais tarde.
Franco não atendia sempre que chamávamos, só quando queria. (Concentrado!)
Brincava sozinho e se desinteressava quando tentávamos brincar junto. (Independente!)
Alinhava todos os bonecos, milimetricamente, em vez de fazer de conta que eram personagens. (Organizado!)
Não levava as coisas sozinho à boca. Só comia a papinha que já estava habituado e quando dávamos a ele. (Preguiçoso!)
Sempre foi apegado às rotinas. Não lidava bem quando os rituais diários saíam da ordem. (Puxou o pai!)
Franco vendo TV (confortavelmente?) com 1 ano e meio
Arquivo pessoal/Odara Gallo
Franco vendo TV (confortavelmente?) com 1 ano e meio
Não queria saber de falar. Mais do que isso, não se interessava em comunicação, mostrar o que queria etc. (Menino demora mais pra falar mesmo, né?)
Durante um bom tempo, andava para todo lado com um objeto azul em uma das mãos e vermelho na outra. Se pegava algo azul, corria para procurar algo vermelho. (É...)
Não tocava em nenhum alimento, seco, molhado, fruta, legume. Com dois anos, já sentia vontade de comer algo e superou o asco de tocar no alimento. Em vez de levar à própria boca, matava sua vontade dando para o pai ou a mãe comer. (Hum...)
Usava nossas mãos como instrumento para pegar as coisas que queria e que estavam ao alcance. (...)
Durante todo o processo, passamos pelas fases de preocupação excessiva, expectativa, dúvidas. Começou a falar. As frases eram normalmente repetitivas, sem comunicação funcional, com padrão de ecolalia tardia. (Autismo)
Exagero? Pais de primeira viagem com muito acesso à internet procurando pelo em ovo?
Mesmo com todos os sinais, o que mais me chamava atenção era o olhar. Era diferente. Percebia que Franco não tinha a mesma expressão das outras crianças. Um olhar profundo, sem aquela inocência característica, parecia já saber das coisas e achar tudo aquilo ao redor um saco. Quando não estava sorrindo, parecia não querer estar ali, como se tudo fosse monótono demais.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Por que vestir azul em 2 de abril?

A imagem pode conter: texto

Eu poderia optar pela resposta simples: porque meus filhos são autistas. Mas, vai muito além. 
Sim, meus filhos são autistas, mas nunca sofremos discriminação direta. Ou melhor, apenas uma vez, mas nada que nos marcasse. 
Meus filhos têm uma família maravilhosa que os aceita como são, que não espera uma cura, que os ama independentemente do autismo. Eles têm a sorte de estudar em uma escola pública que não apenas os matriculou, mas que os aceitou, que preparou a todos, merendeiras, porteiro, professores e demais crianças. Isso se chama inclusão. 
Meus filhos vão conosco a todo lugar, desde que se sintam confortáveis. Nunca os escondemos, muito menos negamos seu diagnóstico. Não é por eles apenas, é por todos eles. 
Visto azul no dia 2 por todos os que não tiveram um diagnóstico e tratamento corretos, por aqueles que são escondidos, por aqueles que, infelizmente, ainda causam vergonha à sua família. Visto azul pelos que sofrem calados porque não podem falar. 
Visto azul na esperança de que sejam ouvidos em seus atos, chacoalhar de mãos e gritinhos. Visto azul na esperança de encontrar pessoas que os olhem com curiosidade sim, mas com amor também. Visto azul na esperança de encontrar pessoas que apenas nos deixem chorar de vez em quando, que entendam que estamos exaustos no fim do dia, porque viver em função deles é cansativo. Porém, nada paga a sensação de dever cumprido, de amar incondicionalmente. 
Visto azul na esperança de uma sociedade com mais empatia, que esteja disposta a se colocar em nosso lugar apenas uma vez e, então, nos compreenda. Visto azul na esperança de mais escolas inclusivas. Menos pais e diretores preconceituosos, causando mágoas irreversíveis em famílias que já sofreram tanto. 
Visto azul por mais neuropediatras e terapeutas humanos como os que tratam meus filhos. Visto azul por mais e mais empresas amigas da inclusão, que empregam autistas em seu quadro de funcionários. Visto azul por amor aos meus filhos e a essa causa. E o mais importante, visto azul para dizer para todos os pais de crianças autistas que eles não estão sozinhos. 
E você, vai vestir azul no dia 2 de abril? Mostre que se importa e vem com a gente nessa onda azul.



FONTE:  jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br

O que é preciso que os pais avaliem ao escolher uma escola para uma criança autista ter qualidade de ensino, então?

 A psicopedagoga enumera alguns pontos abaixo:
– Às vezes, a escola tem outra linha de trabalho e o educador padroniza o ensino sem pensar nos estudantes com necessidades especiais. Isso aumenta as chances de não dar certo.
– Para alfabetizar e educar alguém com TEA é necessário entender o funcionamento dela, suas alterações no que diz respeito a percepção de mundo, as sensações, os medos e seu desempenho linguístico.
– O modelo mais adequado que facilita o processo de alfabetização é o fônico. Esse método ensina primeiro os sons de cada letra e então constrói a mistura desses sons em conjunto para a pronúncia completa da palavra. Por meio dele, pode-se produzir a consciência fonológica e a criança consegue adquirir compreensão do que ela está lendo.
– Não basta só entregar o livro ao aluno e esperar ele aprender a ler. Por que não? Pois, de acordo com o nível de autismo, o significado da leitura varia muito. Pode representar o mesmo que para uma criança neurotípica, como pode não fazer o menor sentido. Isso acontece porque, geralmente, o autista não consegue compreender o signo linguístico e não entende o que é uma representação da comunicação.
– Mesmo aqueles que apresentam hiperlexia, que é a leitura precoce, é preciso saber que ler não significa compreender. Em muitos casos, apresentam dificuldade na interpretação de texto, pois a leitura é feita mecanicamente.
– É importante trabalhar mais a imaginação do aluno. Por exemplo, sempre que se fizer algum tipo de leitura espontânea, é preciso ajudar o aluno a dar sentido à história.
– É fundamental que se aprenda a construir uma frase e um sentido. Deve-se sempre perguntar sobre o que está entendendo. Uma pessoa que não faz inferência ou uma dedução, não tira uma extração de significado.
Nem todos os Transtornos do Espectro Autista são perceptíveis ao primeiro olhar
Quando se fala de crianças que aprendem a ler precocemente e tem outras habilidades sociais e intelectuais, que aparentam ser de uma criança neurotípica, a forma de lidar muitas vezes se torna ainda mais difícil. Camuflada pela incompreensão dos pais diante dos sintomas da criança que ainda assim causam grandes incômodos e dificuldades para ela e para a comunicação com pais, mas não são tão perceptíveis assim.
Segundo o neuropediatra Dr. Clay Brites, a desinformação faz com que esses pacientes sejam mal interpretados, causando sofrimento deles e também dos responsáveis. Pais e mães devem entender que as particularidades do transtorno são passíveis de condução no cotidiano por meio de estratégias de linguagem e de autodefesa. “É preciso melhorar as condições deles para proporcionar o máximo de autonomia na vida social e escolar e, mais tarde, na faculdade e no trabalho”.
Por esse motivo, o profissional diz que a prevenção está na constante busca de informações corretas e atualizadas. Ele explica que quando parentes e professores estão cientes de tudo o que envolve o TEA, fica mais fácil para resolver possíveis problemas como, por exemplo, no relacionamento em sala de aula e também nas formas de intervenção em casa.
A questão é que poucas pessoas sabem que há diferentes classificações identificadas pela intensidade do autismo, como, por exemplo, leve, moderada e severa. Elas são definidas pelo grau de comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor, das questões adaptativas, nível de dependência e necessidade de intervenções para obter mínima funcionalidade. “Também é preciso levar em conta as comorbidades, ou seja, transtornos adicionais que podem ser apresentados pelo paciente. A proposta da avaliação é sempre para identificar suas dificuldades e buscar meios para ajudá-los”, explica o neuropediatra.
Entre as categorias, há a chamada Síndrome de Asperger. Trata-se de uma condição mais leve dentro do espectro. Nela, o comprometimento poupa, de certa forma, a inteligência e a linguagem. “Eles têm uma maior funcionalidade e mais autonomia para se adaptar aos desafios sociais e acadêmicos quando comparados com outros tipos”.
O neuropediatra relata que mesmo com toda a capacidade intelectual, os “Aspies” (como são chamados no meio) apresentam restrições na forma de falar, de expressar emoções, de entender linguagem subliminar e processos de comunicação que dependem de mecanismos não-verbais, como gestos, expressões faciais e mudanças de tom da voz, com tendência a intelectualização e racionalização de tudo, além de exagerado interesse por determinados assuntos – relata.
Os pacientes com essa síndrome podem ser independentes e levar uma vida normal, como aconteceu e acontece com famosos brilhantes como Einstein, Newton, Bill Gates e até mesmo com o jogador de futebol Messi e o ator Keanu Reeves.
A questão é que eles precisam ser treinados na infância e na adolescência a adquirirem maior destreza nas relações sociais. Dessa forma, eles podem aprender melhor regras, rotinas e meios de comunicação mais compreensíveis para saber compartilhar informações e assumir mais competências para conviver melhor com seus pares. “Por esse motivo, é extremamente necessário que a família estude profundamente todas as características envolvidas no tipo de TEA do filho, além de buscar um diagnóstico correto”, complementa o Dr. Brites.

Entenda o que são os Transtornos do Espectro Autista e a importância da relação entre escola e família


Estima-se hoje que 70 milhões de pessoas tenham autismo, cerca de 1% da população mundial. E todo dia 2 de Abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é lembrado ao redor do mundo, como uma forma de chamar mais atenção para o transtorno do espectro autista (nome “oficial” do autismo), cuja incidência em crianças é mais comum e maior do que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. No Brasil estima-se que tenhamos 2 milhões de autistas, mais da metade ainda sem diagnóstico.
E esta falta de conhecimento é justamente um dos maiores problemas que as crianças com TEA enfrentam. Muitos pais não querem assumir o transtorno e não procuram tratamento e acompanhamento clínico. E as escolas não sabem lidar com a forma de falar, de expressar emoções, de entender linguagem subliminar, expressões faciais e mudanças de tom da voz, que a criança autista tem e que muitas vezes causam incompreensão por parte das explicações da professora e das histórias nos livros.
“Por conta disso, a própria alfabetização já se torna um grande desafio. Sem isso, é impossível que se desenvolva a capacidade de ler e entender o mundo em sua volta. No entanto, os problemas começam, principalmente, na falta de habilidade de professores e pedagogos, que não sabem como se processa o pensamento de um autista”, explica a Psicopedagoga, doutora em Psicologia Clínica, Dayse Serra, colaboradora da Neuro Saber.

Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo

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Quando um médico ou psicólogo dão o diagnóstico alguém com autismo, ele ou ela compara o comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. Se o comportamento se encaixa na descrição listados no texto, então o indivíduo pode ser diagnosticado com um Transtorno do Espectro do Autismo.

A nova revisão do DSM incluída uma definição diferente de TEA (ASD em inglês). Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter exibido sintomas que começam na infância precoce, e esses sintomas devem comprometer a capacidade do indivíduo em função da sua vida e do dia-a-dia.

►Os déficits sociais e de comunicação
A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter as três seguintes déficits:

● Problemas de interação social ou emocional alternativo - Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o vai-e-vem de conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação, e problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os outros.
● Graves problemas para manter relações - Isso pode envolver uma completa falta de interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar fingir e se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais.
● Problemas de comunicação não-verbal - o que pode incluir o contato anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, bem como a incapacidade de entender esses sinais não-verbais de outras pessoas.

►Comportamentos repetitivos e restritiva
Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes comportamentos:
● Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas
● Fala ou movimentos repetitivos
● Interesses intensos e restritiva
● Dificuldade em integrar informação sensorial ou forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais

DSM-V Mudanças para desordens do espectro autista

A última revisão do DSM trás algumas mudanças significativas para a definição de autismo.
Um Transtorno, ao invés de cinco...
ANTERIORMENTE, havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico único:
● Transtorno Autista ou autismo clássico,
● Transtorno de Asperger ,
● Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ),
● Síndrome de Rett,
● Transtorno Desintegrativo da Infância...

Na última revisão do DSM, esses transtornos Deixaram de ser diagnósticos distintos no espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles foram incluídos no diagnóstico de "Transtorno do Espectro do Autismo." Já Síndrome de Rett tornou-se uma entidade própria e deixando de ser parte do espectro do autismo.
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria DSM-V Development Team , os padrões para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias razões:

● Embora seja possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA’s e aqueles com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os sub-tipos válidos e consistente.
● Uma vez que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor para redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado.
● Um único diagnóstico de TEA reflete melhor o atual pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.

Alterações principais critérios diagnósticos

A versão anterior do DSM tinha três critérios principais para diagnóstico:
● Desafios de Linguagem
● Déficits sociais
● Comportamentos estereotipados ou repetitivos

O novo DSM terá apenas duas áreas principais:
● comunicação social e os
● déficits e os comportamentos fixos ou repetitivos

O DSM-V DevelopmentTeam explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma significativa. A comunicação é frequentemente utilizado para fins sociais, e os déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.

Os atrasos de linguagem não faz mais parte do Diagnóstico!
Anteriormente, um atraso de linguagem era um fator significativo no diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de Asperger não poderia ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse diagnóstico.

A nova versão do DSM não incluem atraso de linguagem como um critério para o diagnóstico. Devido atrasos de linguagem podem ocorrer por muitas razões e não foram consistentes em todo o espectro do autismo, a Equipe de Desenvolvimento DSM-V sentiu que eles não devem ser necessária para o diagnóstico.

Embora a definição de autismo está mudando, as características principais da condição permanecem as mesmas. Uma vez que as pessoas com todos os níveis de autismo apresentam muitas das mesmas características, mas variam no grau ao qual eles exibem eles, os novos critérios DSM-V pode refletir melhor que o autismo é um espectro ao invés de um grupo de doenças distintas.

referencia:
Por Kate Miller-Wilson
Criteria for Autism in the DSM-V