quarta-feira, 9 de março de 2016

Uso de Ferramentas Tecnológicas

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A dificuldade em entender a complexidade da interação social afeta a aprendizagem de uma pessoa com TEA. Acessar e interagir com essa pessoa é essencial para modificar comportamentos e ensinar novas habilidades. As pessoas com TEA respondem adequadamente à estrutura, expectativas consistentes e conteúdo claro e objetivo. Inúmeros recursos tecnológicos disponíveis atualmente oferecem interação nestes moldes e assim seu uso tem se mostrado promissor nas terapias. No entanto, sua utilização deve ser planejada e com objetivos consistentes.

Indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem apresentar interesses fixos e restritos que podem ser altamente motivantes, mas muitas vezes impedindo o individuo de participar em atividades consideradas apropriadas para sua idade e desenvolvimento. Despertar novos interesses reconhecer emoções e entender questões sociais são os grandes desafios para o tratamento do TEA.

Ferramentas tecnológicas estão sendo criadas no intuito não só de trabalhar esses sintomas, mas também de entender o funcionamento do cérebro do individuo com TEA. Com esses objetivos, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), possui uma disciplina, ministrada a cada dois anos, chamada "Teoria do Autismo e Tecnologia", que tem como objetivo desenvolver pesquisas com softwares (programas) e hardwares (dispositivos).

No Brasil, as iniciativas baseadas em modelos internacionais, apesar de raras, têm crescido nos últimos anos. Como exemplos, podem ser citados: estimulação cognitiva através de ambientes virtuais, sistema de comunicação alternativa para letramento (SCALA), software educativo para crianças autistas de nível severo e software para estudo da teoria da mente em sujeitos com autismo. Mesmo assim, esses iniciativas acadêmicas não têm se tornado acessíveis à população.

O advento dos tablets tem mudado consideravelmente essa perspectiva. É considerado tablete o dispositivo em formato de prancheta, com funções similares as de um computador, que podem ser operadas diretamente com a ponta dos dedos, sem intermediários como mouse e teclado, independente de marcas.

Não existem no momento publicações cientificas sobre a efetividade deste dispositivo na melhora de sintomas de Autismo. É possível encontrar online vários relatos de pais que utilizaram os tablets com seus filhos e que obtiveram resultados evolutivos. A melhora não deve ser atribuída ao dispositivo em si, mas em sua associação aos aplicativos utilizados.

No hospital infantil de Boston, dentro do Centro de Melhora da Comunicação, existe o chamado Autism Language Program (Programa de linguagem no Autismo - em tradução livre), que já utiliza os tablets como parte de suas terapias.

No Brasil, ainda faltam critérios para utilização terapêuticas desse dispositivo. Sem orientação de um profissional, um dispositivo tecnológico pode se tornar mais um objeto utilizado de forma estereotipada, obsessiva ou como forma de acalmar o individuo. Com intuito essa aplicação, apresenta-se um protocolo, dividido em 10 passos, criado por esta autora conforme experiência clinica.

Amanda Bueno dos Santos
Fonte: Livro Autismo Perspectivas no Dia a Dia – Claudia Omairi, Marcia Regina Machado, Mariane Wehmuth e Sergio Antonio Antoniuk

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